Desiludiste-me. Desconfio que nem sabes o quanto me desiludiste. O quanto me magoaste e continuas a magoar.
Deste-me razões para acreditar naquela teoria, aquela que defende que os amigos não existem. Eu, que tanto a criticava, cada vez mais vou estando de acordo com ela. Eu, que dizia firmemente, com a maior segurança do mundo, que os AMIGOS existem, que tenho 4 pessoas a quem posso chamar amigos. 4 amigos daqueles que segundo a teoria não existem. Sentia-me tão bem por discordar de uma teoria, mais do que isso, por ter razões para discordar.
FAZIAS PARTE DA RAZÃO.
Eras tão grande, imensamente grande, gigante como um arranha-céus, … Neste momento, és mais pequeno do que uma formiga. O teu tamanho revela a tua insignificância, ou a falta de significado (como preferires). Foste ficando cada vez mais pequeno, tão pequeno, pequeno demais!
Não sei o porquê. O porquê de te ter perdido, de te teres afastado como se eu tivesse uma doença contagiosa. Mal me falas, não me olhas nos olhos, evitas-me, posso até dizer que me desprezas.
Gostava que no mínimo dissesses por quê, para quê. É só dizeres, eu afasto-me. Não precisas de te esforçar para me tratar como uma (des)conhecida.
Não fico triste pelo que está a acontecer, porque a tristeza é breve e ligeira, vai e vem.
Fico apenas desiludida. Sabes o que significa? Talvez não. Provavelmente não. Desilusão é esperarmos tudo de uma pessoa, é confiarmos cegamente em alguém, esperar que a cada tropeço esse alguém esteja lá, pronto. Nem que seja para dizer: “Não estás sozinho”. É esperar o mundo, e no fim, não ter nada.
Este é o significado que encontro para a palavra “desilusão”. Ironicamente, é precisamente o contrário da minha interpretação da palavra “amigo”.
Havia quatro estelas no céu, uma apagou-se. Resta saber se para sempre.